Analise
Opinião: Mobile Suit Gundam The Witch from Mercury se destaca com novos fãs, mas ainda deixa a desejar como uma série Gundam.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2023 às 17:36

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Sobre o Autor: EXIA

Fã desde 2011 Conheçeu Gundam atraves de revistas especializadas em animes, sendo o primeiro Gundam que assistiria seria Gundam SEED.



Com o fim da primeira parte do mais novo anime da franquia, Kidou Senshi Gundam Suisei no Majo assim como as séries Gundam que vieram antes dele, estão dividindo os fãs, afinal de contas, temos pontos da história que deixam a desejar para aqueles que já conhecem a franquia. Antes de mais nada, é inegável que de fato, The Witch from Mercury conseguiu o seu objetivo, e trouxe novos fãs para a franquia, mas tendo em vista que série mostrou pouca coisa que geralmente são pilares para que uma boa história Gundam seja contada, aqui a Planeta Gundam vai trazer a opinião do site sobre a série em questão.

Sobre The Witch from Mercury

Anunciado em Setembro de 2021, com a não menos difícil missão de trazer novos fãs para a franquia, a Bruxa de Mercúrio teve a sua estreia em Outubro de 2022, e um pouco antes de sua estreia, um episódio especial foi lançado, denominado de “O prologo”.

O prólogo em si é incrível, nos mostrando tudo o que aparentemente veremos na série principal (guardem essa informação), a trama mostrada no episódio prólogo, já vemos a tecnologia que domina o mundo de Ad Stella, os Gund Format utilizados na medicina são a salvação da humanidade em sua sobrevivência pelo espaço, e em contrapartida, são um sistema que causa um grave dano aos pilotos de Mobile Suits que usam o mesmo sistema para fins militares. Tudo isso acaba gerando um grande impasse e proibindo o uso da tecnologia no ano seguinte, pelo menos até onde os olhos populares enxergam…

O contraste da tecnologia dos Gund Format, salvação para uns, e pesadelo para outros.

Adentrando ao mundo do anime até então, vemos um futuro onde a tecnologia Gund e proibida e o mesmo é dito para os Gundams, mas para a surpresa de zero pessoas, a nossa protagonista está em posse de um, e agora ela vai cair de cabeça em várias situações na escola técnica de Asticassia, e ver que a situação que ela se encontra e muito mais complicada que ela imagina.

História

dando vida a trama temos no roteiro da série, Ichirou Ookouchi, responsável por trazer histórias lendárias no mundo dos animes de Mecha, como o aclamado Code Geass, e também alguns outros com alguma relevância, como Kakumeiki Valvrave, Overman King Gainer entre alguns outros. Até então com um roteirista mais que renomado como Ookuchi, certamente a receita para o sucesso era garantida, o que de fato foi. A primeira parte da história conseguiu agradar as pessoas que ainda não conheciam a franquia, mas que, para os fãs que possuem um certo tempo acompanhando as séries, sentiram que alguns elementos que geralmente compõem as séries ou estão faltando ou são muito fracas. A exemplo disso estão o fato de que alguns episódios não parecem fazer a história avançar, tendo um foco excessivo nos personagens, e deixando de lado coisas que também são importantes, como o fato de grande importância para Gundam, se tem um conflito ou tensão dentro da série.

As séries Gundam possuem temática militar, onde os Mobile Suits são a peça chave da situação que ocorre na história, mas a primeira parte de Suisei no Majo não deixou claro se de fato há um conflito ou tensão na história que justifique por exemplo, a escola técnica de Astissasia, que tem, como principal acionista, o grupo Benerit, que em seu centro possuem grandes empresas do ramo militar. Ainda sobre a escola, o pouco que foi mostrado de suas atividades, fato esse que também é um erro, é de que, as atividades exercidas lá, são de cunho militar, que vão desde pilotagem de Mobile Suits, engenharia e manutenção, navegação e até mesmo estratégia militar e tudo isso é mostrado em um único episódio. Estamos falando de doze episódios que se passam em uma escola onde tivemos apenas um único episódio mostrando o que de fato os alunos fazem lá, então isso é no mínimo estranho ou é apenas mais um dos muitos mistérios que os próximos 12 episódios terão que nós responder. Então sobre o conflito, o que conseguimos ver e de que a Terra e a oprimida da vez, mas o que foi mostrado até então não deixa claro se há um embate entre terra e espaço (que é o que geralmente acontece na maioria das vezes), então fica a questão de que, um dos pilares de uma série Gundam que é a guerra ou o conflito, não foi abordado na primeira parte, e os elementos mostrados na série até então, não tem peso para justificar a escalada de tensão, pelo menos entre a Terra x Espaço.

E se o assunto for em um combate entre as empresas querendo tomar o poder dentro do grupo Benerit, também é algo que não foi bem trabalhado até então, pois fica claro que um dos motivos para tentarem retirar o atual presidente do poder, seria o fato de ele estar fazendo vista grossa para os Gundams, mas ao mesmo tempo, vemos que já haviam empresas trabalhando secretamente em seus próprios Gundams, então não faz lá muito sentido. Para finalizar a parte da história, destaco a quantidade de situações que devem ser explicadas na segunda parte da trama. Os planos que Prospera pretende até então pode ser o que todos imaginam (se é que ela realmente é a mãe de Eri), os segredos de Suletta também tem tirado o sono de muita gente, bem como o próprio Gundam, que ao que tudo indica, tem algum segredo obscuro ai, os conflitos até então também não foram desenvolvidos o suficiente, então o medo é que a segunda temporada seja apenas para explicar o que poderia ter sido explicado na primeira metade, ou no mínimo ter dado continuidade.

Personagens

Os personagens aqui são um destaque bastante interessante. Temos uma quantidade boa de personagens, e cada um tem o seu tempo de tela bom o suficiente para ser desenvolvido, ou não. enquanto alguns tem bastante tempo mostrando as nuances do personagem, outros parecem estar lá apenas por estar. exemplos positivos são a própria Suletta, que logicamente por ser a protagonista, tem um tempo de tela bem interessante, e sempre traz alguma coisa nova. Estamos curiosos sobre como ela vai se sair depois da situação que aconteceu no último episódio, e fica a dúvida em como ela vai se relacionar com o resto de seus amigos.

E por falar em amizade, temos a sua noiva Miorine, que ao meu ver carrega a história nas costas, pois todas as mudanças significativas na história são por causa dela. A garota que até então estava sendo taxada de chata faz a história andar, pois o restante dos personagens não parecem ter competência para tocar o barco, e sempre parecem esperar por um movimento dela, indicando que sim, ela é a personagem mais importante da série até aqui, até mesmo em comparação com a própria Suletta. Puxando agora para o lado evil da história, temos a mãe de Suletta Prospera, que tem diálogos com muitos personagens, e em todas as vezes são diálogos misteriosos, e que nos levam a pensar que ela realmente vai ser a pessoa a dar trabalho para o casal de noivos. Talvez o único problema na escrita que vemos na personagem, e o fato de ela estar se afogando em mistérios, pois como já mencionei anteriormente, não temos nenhuma resolução de nenhum mistério até aqui, e como quase tudo que ela diz parece ter uma aspas, fica difícil até de compreender o que ela diz às vezes. Outra personagem que pegou os telespectadores de surpresa foi a nossa agente dupla Nika, que tem demonstrado uma aptidão incrível para enganar seus amigos, e que ao que tudo indica, a máscara vai cair na sequência dos acontecimentos, então até aqui, é um ponto positivo.

Passando para os personagens que aparecem mas que não tem peso na história, ou que pelo menos tinha e sumiu, foi o nosso duelista de plantão Guel, que tinha um papel até então razoável na história, e que decaiu no final da temporada. Além de não tomar partido das situações que acontecem na história, o sentimento dele em relação a Suletta é muito mais confuso do que se parece, então não há muita expectativa vindo dele. Outro personagem que parecia que teria um desenvolvimento bom e não teve, foi a nossa rainha dos socos terráqueos Chu-chu, que ao menos parecia querer causar confusão em todo episódio, ou exaltar os terráqueos na escola, mas virou um personagem que fala muito mais que faz, então ela fica devendo esse desenvolvimento das diferenças entre terráqueos e povo do espaço. Por fim mas não menos importante, temos o presidente Delling, que mudou da água pro vinho sem nenhum motivo aparente, ou talvez por causa de suas conversas em off com Prospera, mas como nada foi confirmado ainda, segue a situação da pessoa que mais odeia os Gundams, começar a trabalhar com ele de uma forma bastante suspeita, o que levou até mesmo a alguns membros do grupo se sentirem traídos. Torcemos que isso seja mais um dos MISTÉRIOS do anime.

Mobile Suits

Aqui é um tópico que eles não poderiam falhar de forma alguma, uma vez que estamos falando da galinha dos ovos de ouro da Bandai. Os Mobile Suits continuam sendo o ponto alto, trazendo como sempre visões e designers diferentes, uma vez que na série da Bruxa de Mercúrio temos uma equipe bastante grande até, com profissionais estreantes e experientes dentro dos animes Gundam. Destaque e claro para a Aerial Gundam, em suas duas formas, que não deixam nada a desejar, a grande sacada de sua armadura se tornar os bits utilizados tanto no ataque como na defesa, foi muito bem pensado. O MS Darilbalde e o Pharact Gundam também são duas unidades que foram muito bem feitas, e vale o dinheiro caso alguém queira comprar um Gunpla de ambos. Resta saber se a criatividade dos Mecha designers ainda tem carga para trazer novas unidades na segunda temporada.

Considerações finais

Mobile Suit Gundam The Witch from Mercury tem feito a sua parte em trazer novos fãs para a franquia, mas falha em muitos aspectos, sobretudo, destacar situações que não trazem profundidade para a trama enquanto os aspectos que fazem a história seguir adiante fica em segundo plano. Trazendo uma rápida comparação com os Gundam que também nasceram com a promessa de trazer novos fãs, destaco dois que fizeram muito bem o seu papel, não deixando de lado os aspectos narrativos que se pede de uma boa obra de Gundam. Um deles é Gundam Tekketsu no Orphans, que apesar de ter mais episódios do que aparentemente a Bruxa terá, nos entrega uma bela história, onde o conflito mostrado traz questões muito interessantes, como liberdade de um povo oprimido, a coletividade dessa comunidade que se demonstrou a principal arma contra a tirania, além de uma boa dose política, que faz com que Tekketsu no Orphans ponha The Witch no chinelo até então, e duvido que consiga superar os fãs que a série conseguiu com o tempo. Outra série que seria responsável por uma explosão no meio Gundam, foi Gundam Build Fighters, que apesar de não trazer a temática de guerras, acerta na simplicidade e no ponto fraco dos fãs, que são as lutas de Gunplas que sempre pensamos em ver animada na franquia. Aqui, Build Fighters também acerta muito, com personagens muito carismáticos, piadas, e um ar muito mais descontraído, o que toma conta da série como um todo, e já que um dos focos do novo Gundam e a interação entre os personagens, se eles tivessem feito metade que a série Build fez em seu anime, ficaria muito melhor, ou em qualquer uma das outras duas séries citadas ainda no início do texto (Code Geass e Valvrave).

Esperamos que a segunda temporada seja melhor, mas pelo que estamos vendo, podemos ver uma segunda parte que vai servir muito mais para responder as perguntas que ficaram no ar, e é muito provável que eles fiquem devendo uma trama melhor trabalhada e fiquem somente nas interações de personagens, que podem deixar a série da Bruxa de Mercúrio ainda mais morna que já foi.

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