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Entrevista com Katsuyuki Sumisawa, screenwriter de Gundam Wing
sexta-feira, 1 de setembro de 2017 às 12:58

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Sobre o Autor: Char

Char é o fundador, idealizador, developer e as vezes escreves artigos para a Planeta Gundam. O primeiro contato com a franquia foi em 2009, depois de ter jogado Gundam Musou 2 (Dynasty Warriors Gundam 2) para PS2.



Fala pessoal, tudo tranquilo? Neste post estarei trazendo a tradução da entrevista feita por Zac Bertschy, da Anime News Network, com o screenwriter (a pessoa que define cena a cena de uma produção audiovisual) do único Gundam que passou na TV brasileira: Gundam Wing.

Katsuyuki Sumisawa é um dos screenwriters mais conceituados do mercado de animação Japonesa. Ele trabalhou em vários animes. De Inuyasha a Macross 7. De Saiyuki a Sailor Moon. Trabalhou também com lendas como Yoshiyuki Tomino e Kunihiko Ikuhara. Seu trabalho mais famoso é, sem dúvida, Gundam Wing. Ele escreveu a série inteira e estava na Otakon 2017 para discutir seus trabalhos. Ele conversou com Zac sobre o legado da série, os scripts mais difíceis de se escrever e a enorme e crescente popularidade de Gundam Wing.

ANN: No seu painel você mencionou que Gundam Wing foi o trabalho mais te representa. Como? Por que esse série te faz sentir assim?

KATSUYUKI SUMISAWA: Pra começar, tenho que dizer que Gundam Wing, por ser Gundam, foi algo muito difícil de se fazer. Mas como uma coisa que que fica marcada, eu acredito que esse trabalho se conecta com uma grande variedade de pessoas. Nesse sentido, eu acho que Gundam Wing é o trabalho mais significante da minha vida.

ANN: Você tem alguma teoria sobre o por que disso? Você ja pensou por que a série é tão popular com fãs americanos e internacionais?

Minha teoria pessoal é que Gundam Wing é uma série que constantemente pergunta "O que é paz? O que é guerra?". Eu acredito que é esse tipo de pergunta que as pessoas do mundo inteiro se perguntam constantemente. Eu acho que é por isso que recebi um reconhecimento de pessoas que realmente fazem essas perguntas. Nesse sentido, nós podemos ter sucesso, mesmo tentando. Mas quando o sucesso de Gundam Wing aconteceu por causa de algo que faz você refletir 20 anos depois... Bem, isso você pode meio que expandir para a idéia geral de Gundam, mas aí Gundam e Gundam Wing sempre estão fazendo as pessoas refletirem sobre guerra há muitos anos. Essa é minha teoria pessoal sobre o sucesso da série.

ANN: Qual processo você usa para escrever seus trabalhos? Tenho certeza que é varia bastante de projeto a projeto, mas quanto tempo você demora, por exemplo, pra escrever um episódio de 22 minutos?

O processo varia bastante. As vezes eu consigo criar algo bem rápido, em uma noite. As vezes demora bastante também porque há muitas coisas pra se pensar e juntar. Nesse sentido, pode demorar até um mês? Por exemplo, o último episódio de Gundam Wing demorou um mês pra ser escrito e depois desse tempo todo eu ainda pensei... "Sei não..."

ANN: < sorrisos >

Há muitas variáveis na hora de escrever. Por exemplo, os três episódios de Endless Waltz foram escritos rapidamente. O primeiro episódio de Gundam Wing, esse foi feito à noite. Quer dizer, não exatamente à noite...

ANN: Entendo.

Algo por volta de um dia, não é? Então, é um processo que varia. Depois disso, como você já sabe, criamos storyboards e depois os desenhos, é assim que Gundam Wing acontece

ANN: Incrível. Qual foi o trabalho mais desafiador de escrever? Qual foi o script que mais te deu trabalho?

Eu fiz um episódio de Dragon Ball Z que adaptou 8 quadros do manga. Oito quadros em 30 minutos.

ANN: Nossa.

Além disso, eu ainda falava de Gundam Wing de novo. O fim da série foi bem difícil pra mim. Além disso, para dizer especificamente, houveram alguns... Já que Gundam Wing foi escrito por muitas pessoas, o escritor antes de mim chocou a Libra com a Peacemillion e não me disse nada. Nós não conversamos sobre o assunto. Quando fui ler o material, tive uma surpresa. O outro escritor disse que isso fazer a história ficar mais interessante. O processo de conectar o que ele escreveu com os planos que eu tinha com a história foi muito difícil.

ANN: Você escreveu uma grande parte do anime de Inuyasha, e também trabalhou nos quatro filmes, que são side stories originais que não adaptam nada do mangá. Eu sempre quis saber: quais são as restrições quando você escreve algo assim? Qual o nível de dificuldade de se escrever um filme assim, que não avança a história da série?

Bem difícil. Na verdade eu vivi uma situação semelhante quando trabalhei com Dragon Ball Z onde eu viva me perguntando "em qual saga história vai se encaixar?". Por exemplo, vamos para Namek-sei, mas Goku parece está fazendo coisas na Terra... Como é que fica? Já é quase certeza que esssas histórias vão acabar tendo esses problemas. Não é uma questão de dificuldade, temos que fazer o filme e pronto.

ANN: Você está nos créditos de 6 episódios de Brain Powered, que foi dirigido por Yoshiyuki Tomino. Queria saber se você trabalhou com ele diretamente, e como foi a experiência.

Você sabe bem.

ANN: < sorrisos >

Tenho que dizer, Tomino-san gostou bastante de mim. Quando eu escrevia algo, bem, ele me dizia "eu preciso de um episódio de Brain Powered que onde aconteça assim". E eu dizia "ok, ok, vou escrevê-los". E quando eu escrevia algo ele me dizia "essa foi a melhor coisa que já vi na vida, vou fazer um storyboard com esse material agora mesmo, seu trabalho é incrível. Graças a você nós teremos uma boa história". Depois disso, às 5 da manhã, Tomino-san me telefona e eu estava dormindo, minha esposa atendeu a chamada, e ele disse "seu marido faz um trabalho maravilhoso nessas escrevendo para mim, essas são as melhores storyboards que já vi nesses últimos anos". E ela dizia "oh, que maravilha, vou acordar meu marido" e ele dizia "não, eu quero que você escute isso". Depois disso, minha esposa me conta o que Tomino-san falou para ela, e eu disse "que bom que foi maravilhoso, estou ancioso para saber como vai ficar o produto final". E eu vi o produto final e não era o que eu tinha escrito. Pra falar a verdade, eu não acho que ele usou nada que eu escrevi.

ANN: Nossa. < sorrisos >

Depois disso eu pensei... Poxa, ele gosta muito de mim, mas tenho a impressão de que ele achava que ele podia fazer a história ficar ainda melhor.

É isso, pessoal. Essa última pergunta me deixou chocado, mas era algo que praticamente já estava escrito, baseado na entrevista do Tomino à Forbes que traduzimos meses atrás.

via ANN

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